Engraçado como eu reassisti esse filme hoje, depois de 25 anos que ele foi lançado e ainda lembrava de quase o filme todo. Mas peguei justamente pra ver antes de assistir o segundo filme no cinema, e também parece que hoje compreendi o enredo com muito mais profundidade do que quando passou em 1999, ainda como minissérie da Globo. Eu tinha 12 anos na época.
Vamos ao enredo: dois amigos pobres se metem em muitas confusões, mas sempre arrumam um jeito mirabolante de escapar. Inclusive, até mesmo quando um deles morre e negocia com Jesus pra não ser enviado pro inferno, e acaba voltando à vida. Mas o mais interessante do filme vai além do roteiro e o que vale a pena mesmo são as nuances de cada personagem. Chicó é um cara medroso, que acaba se metendo com uma mulher casada, até se apaixonar por Rosinha, filha de um homem poderoso, mas se passa por doutor e valente, pra poder convencer o pai dela que ele é um bom partido. João Grilo é o melhor amigo de Chicó e é o que sempre tem um jeito de resolver tudo e uma persuasão que impressiona, com uma pureza e uma simplicidade incrível.
E o filme tem uma mensagem profunda sobre bondade e maldade, pecado e redenção, traição e perdão, além de fazer críticas pesadas aos falsos líderes religiosos mas depois mostrando como seria o purgatório onde todos passariam depois da morte. E a frase do Chicó quando inventa qualquer história que parece fantasiosa demais: "Não sei, só sei que foi assim".
A linha do tempo dessa história:
- 1955 - Peça teatral
- 1969 - Filme A compadecida
- 1987 - Filme Os Trapalhões no Auto da Compadecida
- 1999 - Minissérie da Globo
- 2000 - Filme editado da Minissérie
- 2024 - Segundo filme