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sábado, 31 de outubro de 2020

Família Dinossauros - Episódio: Fonte de energia

Temporada 2: Episódio 15 >>> Esse episódio eu assisti pela fita VHS da coleção, volume 6, com 2 episódios e 1 videoclipe. Resumindo: o Bobby faz um experimento pra um projeto escolar que tem potencial pra revolucionar e deixar a família rica, mas o chefe do Dino logo fica de olho e sabota tudo, roubando a ideia. Esse experimento envolve a criação de uma fonte de energia.

O episódio tem a participação do amigo do Bobby, o Marcão. E é cheio de reflexões interessantes e críticas sociais. Nesse, por exemplo, há uma crítica sobre a influência manipuladora do jornalismo, ao abuso na relação patrão e empregado, entre outras. Achei estranho que uma personagem cita que tem um cachorro. Não lembro de ter visto cachorro na série, ainda mais com um dinossauro sendo dono. 

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Revelação (2000)

Esse é o tipo de filme que aborda um tema muito usado no cinema: paranoia. E a personagem, em diversos momentos é desacreditada pelas pessoas ao redor. No caso, em Revelação, é sobre uma mulher, que mora com seu marido numa casa grande e até bem isolada (embora tenham vizinhos), que começa a ter uma impressão de que o vizinho próximo assassinou a esposa. E isso foi sim um grande mal entendido, que depois veio a ser explicado e ela saiu como paranoica. Porém, o que ela não esperava, é que iria acabar sendo perseguida pelo próprio marido dela, que tem um passado complicado.

Vamos ao passado do marido: ele teve uma amante no ano anterior, o que a esposa já descobriu e perdoou ele, porém o que ela não sabe é que ele assassinou a mulher e jogou o corpo (com o carro junto) no fundo de um rio. E quem vem querer se comunicar com a esposa em formato espiritual é essa amante. O desfecho: ele quase consegue matar a esposa também no fundo do mesmo rio, só que... o corpo da amante ainda estava dentro do outro carro que foi jogado e ela sai dele (mas acho que aqui já é o espírito) e puxa o cara pro fundo do mar. A esposa fica salva. 

Gostei bastante desse filme, não só pela história, mas pelo modo de filmagem e como o diretor conduz o suspense. Inclusive, a atriz principal, Michelle Pfeiffer, tem uma capacidade tão grande de encarnar duas personalidades no mesmo papel que é impressionante. Ela é a estrela do filme, sem dúvida. O Harrison Ford faz o papel do marido mas ainda acho ele bem básico, e esse papel dele me lembrou o filme O fugitivo também. Porém, analisando esse filme por outro ponto de vista, é uma história triste, um casal aparentemente tão legal terminar assim, além de que a mulher estava vivendo com o homem que seria seu possível assassino. Quantos casos reais a gente vê assim...

E, pra finalizar, eu pude finalmente entender (depois de 19 anos) uma referência que está no filme Todo mundo em pânico 2, que é basicamente uma sátira sobre filmes com casas assombradas: aquela cena que a Cindy fala "Acho que ela está começando a desconfiar... Sua esposa!", além de uma cena deletada que ela está numa banheira enchendo sem conseguir se mexer. Sem contar que na capa do filme, ela está com o vestido vermelho que a personagem daqui usa, e o título do filme em inglês escrito nele: What Lies Beneath.

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quinta-feira, 29 de outubro de 2020

Bicudo, o lobisomem (episódio 1)

O nome desse episódio é Um bocado de grilos. Resumindo bem basicamente, ele lembra muito o Scooby-doo, tem até uma turminha parecida, um personagem que parece o Salsicha, e o lobisomem lembra o Scooby. Mas esse episódio é basicamente sobre um "monstro", que na verdade era um professor querendo vingança. É engraçado, mas bem idiota: tem uma cena que o personagem abre espaço entre as grades de uma prisão, sai pra pegar a chave, volta pela grade pra cela, abre a cela com a chave e sai. Tipo, se ele já saiu... Por que voltou? Ah, e lembra também o Muttley da Corrida maluca, também conhecido como Rabugento.

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Eu sempre saberei o que vocês fizeram no verão passado (2006)

Antes de falar do enredo, vamos entender uma coisinha: esse filme ficou bem confuso, teve gente que achou que era regravação, ou que era continuação, ou que era uma história paralela que não tem nada a ver com os dois primeiros. Pra mim, é tudo isso ao mesmo tempo. O que aconteceu aqui: por algum motivo não fizeram a parte 3 nos anos 90, ficou em aberto, até que, um diretor foi convidado, só que ele teve o prazo de apenas duas semanas pra organizar tudo e começar as filmagens. Então, não foi uma história planejada pra continuar o que os dois primeiros começaram, por isso essa confusão toda. Mas veja como quiser, eu vejo como uma história separada, da mesma forma que o American Pie fez uma série separada da original, ou como o filme Esqueceram de mim 3 e Halloween 3 fizeram também. Coincidência isso acontecer várias vezes com o terceiro filme.

Vamos ao enredo: cinco amigos fazem um tipo de pegadinha, onde iam fingir que estavam sendo perseguidos pelo Ben Willis, como se agora ele tivesse virado uma lenda, ou seja, a própria lenda urbana citada no primeiro filme. Só que, nessa pegadinha aí, um deles acaba morrendo. E os outros quatro depois disso acabam participando de um pacto, bem parecido como foi com a turma da Julie. Um ano depois, alguém vestido de pescador começa a matar eles, até a revelação final de que... era o Ben Willis mesmo, agora uma entidade do mal, um fantasma, zumbi com olhos vermelhos, sei lá.

O que eu gostei no filme: 

A atriz principal é até legal, em alguns momentos ela é mais ousada do que a Julie foi, ou seja, mais corajosa. Esse mito do Ben Willis achei até interessante, se a série seguisse pra esse caminho eu não ia achar ruim, só faltou explicação. Com o Jason, em Sexta-feira 13: parte 6, acontece igual, só que um raio cai em cima do cadáver dele e ele vira esse zumbi aí. Só faltou essa explicação aqui. O filme é cheio de citações aos dois anteriores, como uma espécie de homenagem, inclusive mostra o gancho original, aquele que ficou com a mão decepada de Ben Willis no barco do primeiro filme, só que ele foi comprado pela internet de alguém que enviou das Bahamas, ou seja, a ilha do segundo filme. Agora, o que esse filme realmente fez melhor que os dois anteriores foi o seguinte: aqui não tem Ben Willis no começo, ou seja, eles não tem ninguém pra culpar por um atropelamento, então quando eles recebem a primeira mensagem de ameaça, começam a desconfiar um do outro, isso deixou o filme mais interessante nesse sentido. Eles sabem pouca coisa sobre o que aconteceu com Julie e os amigos, é só com base numa reportagem de jornal que eles guardaram, então não sabem nada sobre a frase "Eu sei o que vocês fizeram...", então fica mais fácil desconfiarem um dos outros. A mitologia em torno do Ben Willis sobrenatural até gostei também, a única coisa que o fere de verdade é o gancho original, ele tem um sangue preto, olhos vermelhos e uma cara meio deformada. Achei muita viagem, mas gostei.

O que eu já acho que poderia ter sido melhor:

Desde o começo já dava a entender que o pescador era um ser não-humano, sobrenatural. Era impossível alguém fazer um ataque no bondinho há 15 metros de altura, pular de um pro outro, depois sumir do nada. Isso deixou tudo muito previsível. E a produção do filme, no geral mesmo, não é tão ruim, mas ficou muito abaixo dos dois primeiros, aquela mega produção. Acho que se fosse um filme novo, que só falasse uma lenda urbana do cara com gancho ia ser melhor aceito. Como parte da trilogia "Eu sei" ele ficou bem estranho mesmo. Inclusive, o nível de cenas de morte pesadas aqui foi bem mais além do que os anteriores, isso eu acho que descaracterizou um pouco a franquia, onde o foco nunca foi a violência em si, mas o enredo. Uma personagem parece que tem um sonho premonitório da morte dela antes de realmente acontecer, isso ficou também mal explicado, embora nos anteriores a Julie tenha tido alguns sonhos também. Será que tem algo a ver? E o final, termina de novo em aberto, dando a entender que ninguém escapa do Ben Willis. E sobre o final do Eu ainda sei, aqui dá a entender que quando Ben Willis puxa a Julie embaixo da cama, ela morreu ali. O que eu não gostei, ainda esperava que ela sobrevivesse, mesmo que sendo só citada nessa terceira parte, enfim.

Sinceramente, eu até gostei desse filme, mas não gosto de ver ele como parte da trilogia. Vejo assim: 1 e 2 são uma história fechada, concisa, completa. Esse é uma coisa separada. Também já fizeram tantas versões e citações do Eu sei em outros formatos, já foi citado em tantas séries e até desenhos animados, sendo inclusive tema de músicas americanas e brasileiras, que não tem problema pensar que esse não faz parte da franquia, talvez uma história paralela. Lembro que fui ansioso pra ver quando lançou, esperava ver uma continuação da história da Julie e do Ray junto com a Karla, os 3 sobreviventes, mas isso me frustrou. Depois de eu entender tudo que se passou nos bastidores desse filme, eu pude ver com outros olhos. Mas ainda espero, quem sabe, um dia, um desfecho digno pra essa franquia que tinha tudo pra se tornar uma trilogia maravilhosa. Mas ficou uma bilogia maravilhosa e um filme extra. Ah, e o jeito que o título evolui: Eu sei, Eu ainda sei, Eu sempre saberei... Isso gostei bastante.

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CD: Raimundos - Só no Forévis (1999)

Quinto disco da banda, tem 14 faixas. Vamos uma a uma:

1) Só no Forévis: a primeira é na verdade uma vinhetinha, nem sei se é considerada uma música. No disco ao vivo, ela veio junto com outra, acho que pra economizar faixa. Então é um sambinha, com umas zoeiras, alguém fala o nome Raimundos e o nome do cd com arrotos. 

2) Mato véio: pode ser entendido como um trocadilho pra "mata o velho", esse tipo de coisa é comum nas músicas deles. É uma música rápida, todos os instrumentos tocando muito bem e intensamente. Gosto muito dela. A letra é o besteirol Raimundos de sempre.

3) Carrão de dois: o título me lembra outras músicas como Nariz de Doze, Mulher de fases... Duas palavras ligadas pelo "de" no meio. Música rápida também, a letra mantém o besteirol só que o tema aqui é carros, mas vai levemente pra um romantismo disfarçado.

4) Fome do cão: não sei definir essa música, o jeito que ele canta parece um pouco uns raps, o instrumental é pesado, me lembra um pouco o jeito que ele cantava Bê a Bá. A letra é bem confusa, parece que fala de várias coisas ao mesmo tempo, como se tivesse jogado tudo no liquidificador e batido junto. O refrão é bem legal, intenso. Ela quebra um pouco a sequência do disco que vinha com duas bem rápidas.

5) Mulher de fases: a introdução me lembra Bonita, é uma introdução bem feitinha. Foi a primeira música que eu ouvi deles. Acho bem legal, embora depois que a gente conhece outras da banda, percebe que essa parece muito pop, mas acho que é por causa da popularidade, nem pela banda e nem pela música, mas a mulherada gostou da parte "Complicada e perfeitinha você me apareceu", acho que só essa frase foi capaz pelo sucesso da banda nos anos 90, no nível que foi. Falo isso pois a letra é muita metáfora em cima de metáfora, na verdade é uma letra sobre mudança de humor das mulheres com base nas fases da lua, e nem todo mundo entendeu.

6) Alegria: O cd retoma o fôlego e puxa mais uma rápida, pois depois das duas últimas estava começando a ficar menos hardcore. A letra é uma bagunça bem legal, é o tipo de letra que eu gosto de parar e ficar refletindo em cada frase. Principalmente dessa: "Feridas que a revolta cria, eu sou o pus".

7) A mais pedida: essa foi a confirmação que o Raimundos precisava pra ganhar o rótulo de pop, sendo que se você pega as faixas 2, 3 e 6 percebe que não é bem isso. Mas a música ainda é legal, uma metáfora sobre a mídia em geral, que podia ter facilmente o título do disco, pois combina muito com a capa, quando cita o pagodeiro Salgadinho. A voz da cantora da banda Penélope também combinou bem com a música. E sempre um solo bem legal do Digão. Raimundos é bom em grande parte pelos solos também. Lembro que na época eu preferia essa do que Mulher de fases.

8) Boca de lata: a música começa com um tema, de repente, na segunda parte, vira um retalho de frases emendadas que não fazem sentido. O legal dela é o jeito que o Rodolfo canta, mudando vozes. É uma música totalmente fora do cd, até fora da carreira da banda. Lembra um pouco a Bass Hell.

9) Me lambe: essa música praticamente fecha a "trilogia" pop de sucesso da banda na época, junto com Mulher de Fases e A mais pedida. Lembro que tinha um programa na Rede TV com a Fernanda Lima, sobre clipes, sempre passava as três músicas, todo santo dia. Raimundos nesse ponto já estava conhecido nacionalmente. A letra: quiseram fazer uma polêmica em torno disso recentemente, mas é sobre um cara que sai com uma menina de 17 anos. 

10) Pompem: essa virou o melhor clipe do cd, praticamente um curta-metragem. É uma comparação como se os homens fossem mosquitos, que atacassem as mulheres. O besteirol de sempre. E quando eu falo "besteirol" não é desqualificando.

11) Deixa eu falar: outra música que foge totalmente do habitual, aqui o palavrão não é no sentido besteirol, é uma crítica à censura de uma forma engraçada, porém na ironia, um humor inteligente. Tem a participação do cara do Natiruts e do Black Alien. Essa música combina exatamente com o disco Lapadas do povo.

12) Aquela: junto daquela trilogia pop, também teve seu momento rápido de destaque, foi trilha da novela Uga Uga na época. Combina muito com a fase da banda e com o recorte que fizeram da imagem do Raimundos na mídia. Mas se as músicas lançadas na época fossem, por acaso, Mato véio, Alegria e Língua presa, a imagem da banda seria outra. Além de que, junto com I saw you saying é outra música composta pelo vocalista do Autoramas. Se você ver as duas letras ainda se completam.

13) Sapo Cururu / Língua Presa: o começo lembra muito o primeiro disco, com uma prévia antes das músicas, como Puteiro em João Pessoa. E aquelas faixas duplas... O começo é um cara com a língua presa contando a história do sapo Cururu, que quando ele fala troca o R pelo G, "Sapo Cugugu". E na parte musicada também: "Se pisar na minha área (águea) vai sair com o pé ferido (feguido)"

14) Mulher de fases (A linda): é a versão acústica. Só pra confirmar de vez o sucesso pra quem não gosta de guitarra e bateria, era uma versão que podia abranger todas as rádios. Junto com as 4 anteriores que citei que eram mais pop, o que fez o sucesso da banda explodir lá em 1999. E a surpresa final, pra quem deixar o cd rolando depois que a música acaba, uma sequência de arrotos com som de piano no fundo.

CAPA E ENCARTE: as fotos da capa são bem interessantes e até alegres, diferente do visual um pouco dark que a banda tinha até a época. Acho que era uma fase alegre na música em geral. Dentro, as letras são escritas com proporções diferentes pra cada frase, bem legal.

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terça-feira, 27 de outubro de 2020

Livro: Sigmund Freud (2009)

É um livro sobre Freud, conhecido como pai da psicanálise. Algumas coisas aqui relatadas me fizeram pensar bastante. Por exemplo, o modo que a cocaína era vista antigamente, já que Freud usava e chamava de droga mágica, numa época que ainda era ingrediente da Coca-Cola, sendo que hoje é uma coisa de marginal, mal vista. Outra coisa, o modo como ele diz que tudo que a gente sonha, e às vezes até quando a gente chama uma pessoa pelo nome errado, se confundindo, tem um significado oculto, inconsciente. A importância da psicologia, não pela presença apenas do psicólogo para desabafo, mas como forma de diálogo e autoexame do paciente, é outro ponto interessante. E ainda descobri o que Freud gostava de ler, o top 3 dele: (1) Édipo Rei - Sófocles, (2) Hamlet - Shakespeare e (3) Os irmãos Karamazov - Dostoiévski. Ah, e muita coisa que se sabe dele é através de registros de cartas que trocava com as pessoas, a esposa tinha mais de mil guardadas, que depois virou material de pesquisa. Imagina hoje, que ninguém troca mais carta, muita coisa vai se perder futuramente. Além disso, Freud trocou muita carta com Einstein, que eu não fazia essa relação que os dois tinham sido contemporâneos e nem se relacionado a esse modo.

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Assalto ao Banco Central (2011) - Indicado por Paulo Assis

Olha, tirando Central do Brasil, esse filme é o primeiro que eu realmente vejo, do cinema brasileiro, que me surpreendeu muito. E eu nem estava com tanta expectativa assim não, pois o tema parece tão repetitivo do que a gente já viu tanto no cinema americano, que me pareceu de primeira que era uma versão brasileira imitando os EUA. Me enganei. O filme, mesmo sendo bastante previsível, conseguiu me deixar curioso para ver o desfecho. 

E o grande segredo aqui: há um quebra-cabeça muito bem elaborado, que mistura cenas do planejamento e da execução do assalto com a futura investigação, numa técnica de pergunta e resposta que vai sendo montada muito bem. Sinceramente, coisa de gênio mesmo. Porém, as atuações e a produção ainda estão no nível das novelas da Globo, não que seja ruim, mas acho que o cinema brasileiro ainda não achou a sua cara própria. Mas esse filme aqui é uma evolução. 

Essa dinâmica lembra bastante o modo como o seriado Lost quebrava a continuidade da história e filmes como 21 gramas, Vanilla Sky e Brilho eterno de uma mente sem lembranças, que são bem fragmentados. Ah, e o resumo do filme é só isso mesmo: um grupo de bandidos assaltam o banco e depois a polícia investiga. 

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Turma da Mônica - Uma aventura no tempo (2007)

Direto ao ponto: o quarteto principal (Mônica, Cebolinha, Magali e Cascão) entram numa máquina do tempo do Franjinha com a missão de recuperar uns vidrinhos com líquidos que representam os 4 elementos. Cada um vai pra uma época diferente, e aqui começa a parte interessante. Acontece um crossover (um encontro) de outras turmas secundárias dentro do universo Maurício de Sousa. O Cebolinha vai encontrar o Astronauta, que ele diz se passar no século 30. Ou seja, a história dele sempre foi no futuro? A Mônica já vai pra época do Piteco, na pré-história. O Cascão acaba indo parar com a turma do Papa-capim, o índio, século 17. E a Magali, vive uma espécie de De volta pro futuro, indo ver a turma ainda pequena e encontrando ela mesma 10 anos atrás. Ah, e o Chico Bento aparece bem rapidamente também. Muita viagem, confesso que prefiro aquelas histórias mais antigas da Mônica, sem essa ficção toda. Mas mesmo assim, achei bem interessante.

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Eu vi o que você fez e eu sei quem você é (1988)

Antes de começar a falar do enredo, queria dizer que uma das coisas mais legais em ver filmes antigos é encontrar atores em papéis que você nem imaginava: no caso, aqui, está a atriz que faz a Amanda do Jogos Mortais e o ator que faz o Bill do filme Kill Bill. Inclusive, essa atriz que faz a Amanda já estava em filmes clássicos da década de 80 e de 90, como Curso de verão (1987) e Armageddon (1998). Realmente, eu não sabia, descobri agora pesquisando. Ah, outra coisa, essa é a segunda versão do filme, tem um mais antigo dos anos 60.

Enfim, vamos ao resumo: uma amiga vai passar a noite na casa da outra, as duas inventam de brincar de passar trote, até que acabam ligando pra um cara que acabou de assassinar uma mulher. O trote era simplesmente falar a frase-título, mas o cara acaba achando que alguém realmente viu e quer tirar isso a limpo. Conclusão: o cara consegue ir na casa da menina e, quando descobre que foi só alvo de um trote, coloca fogo na casa com elas dentro. Mas ninguém morre não.

O que eu gostei no filme:

Não sei se eu realmente gostei disso, mas o filme demora muito pra chegar até o momento do trote, que acontece só aos 33 minutos. Mas o desenvolvimento dos personagens é bem longo, fica revezando entre as meninas e esse cara, até que as duas histórias se cruzam. Achei bem legal a parte que o cara repara que a menina sabe o nome dele sem ele ter dito, isso realmente criou um clima de suspense ótimo. A história que envolve o passado desse cara (ele já tinha matado os pais queimados) é muito bem abordada, inclusive tudo no filme é bem crível, as cenas não são gratuitas em nenhum momento.

O que eu acho que podia ser melhor:

As meninas parecem não se preocupar em nenhum momento com o perigo, elas chegam a ir na casa do cara pra paquerar ele, como se fosse tudo normal. Mas talvez isso seja por causa da época, hoje em dia não acredito que aconteça assim. Inclusive, a lista telefônica, que contém dados das pessoas, olha só que coisa maluca hoje em dia, uma lista com nome, telefone e endereço das pessoas. Agora, o final... Não faz sentido nenhum. O irmão do cara liga pra menina e fala a mesma coisa que ela falou pra ele, a frase-título, com qual intuito? Ele não estava cheio de gasolina que quase foi queimado vivo pelo irmão? Isso ficou totalmente fora da realidade. Mas, dentro desse gênero do terror/suspense tem muito disso, foi assim no final de Sexta-feira 13: parte 2, Eu ainda sei o que vocês fizeram no verão passado, Lenda Urbana 1, entre tantos filmes que querem terminar dando aquele susto final que às vezes só é explicado na sequência.

Mais um detalhe, adorei esse título: Eu vi o que você fez e sei quem você é. Apesar de longo, ele já deixa no ar uma curiosidade e um mistério que me instiga a ver o filme. Prefiro muito mais um título assim do que um bem genérico, como A hora do pesadelo ou O massacre da serra elétrica, que já querem causar um pavor pelo título.

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domingo, 25 de outubro de 2020

A grande mentira (2019) - Indicado por Cristina Assis

O filme A grande mentira é daquele gênero que você está esperando uma coisa e no final é outra, de repente uma reviravolta na história leva o rumo pra outro patamar. Vamos ao resumo: um homem e uma mulher, já idosos, marcam um encontro por um site de relacionamentos, se encontram e começam a se envolver. O que parece um filme de romance se transforma numa história de suspense perigoso quando vai revelando que esse homem é um tipo de golpista querendo levar todo o dinheiro da mulher.

Quando o filme começa, eu pensei que a mentira citada no título era referente às mentiras que eles contam em relação a quem são quando preenchem o perfil do site. Mas não, é sobre como esse homem vive de mentiras. Só que a grande reviravolta do final é que a mulher é que realmente estava dando um grande golpe nele. O filme levanta muitos mistérios, pra chegar no final e explicar tudo direitinho, através de flashbacks. E a personagem da Helen Mirren, que parecia ser ingênua, se revela de forma surpreendente. 

Vou contar: há muitos anos, quando ela era adolescente, ele abusou dela, o pai dela o confrontou e ele acabou prejudicando o pai ao ponto dele ser morto e, por consequência, sua mãe se suicida, sobrando só ela e as irmãs, sendo que todas morrem na guerra, restando por fim só ela. E isso tudo, desde o primeiro encontro, já era uma armação por parte da mulher. Ela dá uma dica com relação a um quadro com lírios, que em inglês é Lilly, o nome verdadeiro dela, mas o cara nem percebe. Mas ela prepara isso tudo como uma grande vingança. Resumindo, é isso.

O filme faz um paralelo com outro filme, Bastardos inglórios, inclusive o casal assiste no cinema, por esse motivo acredito que a história se passe em 2009. Também me lembrei da personagem da Helen Mirren no filme Tentação fatal, onde ela é uma professora manipuladora. Por um instante na cena final desse aqui, parecia até que era a outra personagem. E essa revelação final onde ela mostra quem é, segue o mesmo padrão de muitos filmes de terror, como por exemplo todos os 4 da franquia Pânico, só que aqui ela não tira uma máscara física, mas o modo que ela se impõe é bem parecido. Enfim, é um filme bem legal pra quem gosta de mistérios e revelações. Ah, e tem uma piadinha escondida, o ator que faz o golpista repete a mesma frase que o personagem dele fala no filme O senhor dos anéis, quando diz que nunca se atrasa.

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100 metros (2016) - Indicado por Aline Fernandes

O filme conta a história de um homem que tem que conviver com a esclerose múltipla, ou como o próprio filme explica no final: é uma história sobre um homem que não desistiu quando disseram que ele não era capaz. Assim, o filme é bem simples na produção e enredo, mas ele tem sua importância em relação a abordar uma doença de forma tão dramática e ao mesmo tempo em mostrar a superação do personagem. 

O título 100 metros se refere a uma frase que outro personagem fala: que em algum tempo, a doença vai evoluir ao ponto de não ser possível andar 100 metros. A história ainda consegue ser mais abrangente que isso, da seguinte forma: a mulher desse homem, tem que lidar com essa condição dele (vendo ele apresentar os sintomas progressivamente) e ainda tentar ajudar o pai também, que passa por uma depressão. Os dois se juntam, no começo o sogro é bem ríspido com o rapaz, mas no final os dois se entendem.

Inclusive, uma coisa que me incomodou bastante, a quantidade de palavrões e termos desnecessários num filme com uma história tão útil, o que com certeza prejudica a popularidade e disseminação dessa que poderia ser uma história motivadora para muitas pessoas. 

A cena final, onde ele resolve participar de uma maratona e chega em último, é bem complexa. Eu pensei que ele chegaria em primeiro. O fato dele chegar em último não o deixa em posição menor, ele se sente um vencedor de qualquer jeito. Isso é um ponto de vista bem interessante, já que devido à condição dele, só o fato de ousar participar disso já é uma vitória enorme. 

Gostei também de uma referência em relação ao Homem de Ferro, embora eu não tenha entendido por completo, já que não conheço a fundo o personagem. E tem uma atriz que eu gosto muito, Alexandra Jiménez, que conheci no filme Todo mundo hispânico. Inclusive, esse filme 100 metros também é um filme espanhol.

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sábado, 24 de outubro de 2020

Os Cavaleiros do Zodíaco - episódio 2

O episódio continua na batalha na arena, mas Seiya vai de encontro com a Atena. Nesse encontro, ele tem duas revelações que não esperava: sua irmã sumiu e o pai da Atena que ele esperava encontrar, já faleceu há 5 anos. O episódio tem um misticismo bem interessante em torno do sentido da vida, do destino que cada um tem que passar e da conexão com o universo. O plano dele é participar da luta para, quem sabe, a irmã puder vê-lo pela TV e ir até ele. Uma técnica de luta também é bem destacada aqui, sobre como atingir o ponto fraco do inimigo. Gostei muito da abertura e da cena que ele veste a armadura. Nostalgia pura, época da TV Manchete, anos 90.

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Os Cavaleiros do Zodíaco - episódio 1

O primeiro episódio praticamente apresenta o personagem Seiya, que é tido como o principal. Então mostra uma luta dele numa arena, onde o vencedor vai ganhar uma armadura. Óbvio que ele ganha, inclusive numa cena ele arranca a orelha de um cara. Engraçado que isso aconteceu futuramente na vida real numa luta. Tem um flashback pra explicar a origem dele, achei meio confuso, mas têm duas mulheres que estão envolvidas na história dele: uma de cabelo laranja e outra de cabelo verde. E é basicamente mostrando como ele foi treinado pra ser um lutador, e ganhou uma das armaduras que ele carrega naquela caixa que parece aquelas mochilas de motoqueiro que entregam lanche. 

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quinta-feira, 22 de outubro de 2020

Eu ainda sei o que vocês fizeram no verão passado (1998)

O final do Eu sei já dava a entender que teria uma continuação, ou pelo menos um planejamento, já que o assassino deixou a mensagem Eu ainda sei no box do chuveiro. Obviamente, o título é uma ironia, já que não tem como alguém "ainda saber" alguma coisa. Ou sabe ou não sabe. Entendendo isso, vamos ao resumo: Julie seguiu sua vida após a morte de seus amigos e a sua quase-morte, mudando de cidade e fazendo novos amigos, até que o pescador Ben Willis dá um jeito de se aproximar dela de um modo bem complexo - isolando ela numa ilha, supostamente após a amiga dela ganhar uma viagem a partir de uma promoção de rádio, que na verdade não passava de um plano do assassino. 

O que eu gostei no filme: 

Legal que manteve os mesmos personagens, então dá uma sensação de continuidade direta. Arrumaram uma explicação pro final do primeiro filme e incorporaram isso na história do 2: a Julie estava começando a ter pesadelos e entrar numa paranoia que a gente mesmo não sabe o que é da cabeça dela e o que é real (por exemplo, quando aparece a frase-título no karaokê). A trilha sonora tá bem legal também, em alguns momentos até melhor que no primeiro (como a música Éden e a música que termina o filme, Gorecki). A história aborda o drama da Julie em perder a melhor amiga (Helen) e dessa vez, o desfecho é diferente (a amiga sobrevive). A evolução do relacionamento do Ray e da Julie, achei bem legal, embora eles briguem por besteira, só que no primeiro a Julie é que era mais imatura, nesse é ele. Mesmo assim, ele já pensa em pedir ela em casamento, até já tem o anel, mas acaba vendendo pra trocar por uma arma pra salvá-la, embora na última cena ela esteja com outro anel. O filme dá uma resumida rápida no começo pra quem não viu o primeiro, de uma forma bem interessante, a Julie se confessando pra um padre contando a história. E tem uma cena bem legal onde acontecem 3 cenas simultâneas que depois se encaixam: quando a Julie está presa no aparelho de bronzeamento, ao mesmo tempo que a Karla vê o corpo da arrumadeira do hotel e os garotos encontram outro corpo. Três cenas isoladas que se juntam. A história, mesmo que a gente já saiba quem é o assassino, tenta fazer mistério com outro personagem, que ficou bem interessante. Também tem uma cena de perseguição bem longa que vai dos 77 minutos até o final do filme. A explicação pra mão dele cortada no primeiro filme e o modo como ele fez uma prótese do gancho ficou bem interessante também. O filme dá a entender que já tinha um planejamento pra futuras sequências, mas achei meio estranho eles "matarem" o Ben e o Will no meio da história assim, acho que isso prejudicou a franquia como um todo, pois ficaria bem difícil continuar depois disso, por isso o resultado do terceiro filme foi bem diferente. Ah, e gosto muito do jeito que o título evolui, acrescentando a palavra "ainda", ao invés do número 2 apenas.

O que eu acho que podia ter sido melhor: 

Elas não saberem a capital do Brasil pra gente daqui parece tão estranho, mas enfim a capital já foi Rio de Janeiro uma época também né? E acho que pro escritor pensar isso lá, deve ser porque ia fazer uma surpresa pra maior parte do público, ou seja, talvez eles nem saibam mesmo. Senti falta da cidade do primeiro filme, embora tenha aparecido uma cena do Ray lá. A amiga nova da Julie, Karla, é muito chata, em vários momentos ela insiste pra fazer a Julie quase trair o Ray com o Will, não gostei disso. Além disso, precisava ela ter entrado daquele jeito na casa da Julie, no meio da noite, pra dar susto nela? Outra coisa, o pessoal do hotel nas Bahamas some todo mundo no mesmo dia, todos os hóspedes foram embora juntos? Achei que poderia ter sido melhor explicado. A explicação pelo qual Ben Willis mata os funcionários do hotel, pra mim até entendi, ele tinha outra questão de vingança com eles, mas não custava um flashback rapidinho pra isso ser mais nítido. E, de novo, igual o primeiro filme: ninguém acredita quando o Ray diz que o Ben atacou ele, nem quando a Julie vê o corpo no armário, igual como foi com a Helen no primeiro filme. 

O filme dá uma leve mudada em relação ao primeiro quanto às cenas de violência. Nesse embora grande parte das cenas ainda sejam implícitas, têm umas 4 cenas mais pesadas que não acontecia assim no primeiro. Mas mesmo assim, as cenas violentas demoram pra aparecer, a primeira é aos 23 minutos e a segunda só vem aos 43, o que pro gênero a primeira cena geralmente já é assim. A revelação final de que o Will Benson é o filho do assassino lembra muito o final do livro original, onde o perseguidor também se passa por amigo pra se aproximar da Julie. E assistindo uma segunda vez dá pra pegar várias dicas que ele tinha algo de estranho, por exemplo, ele sente enjoo em avião mas não em barco, sendo que ele é filho de pescador. 

Duas referências que achei bem interessantes: o livro O ônus da prova, que está na gaveta da Julie; e a cena do manequim na estrada é bem parecida com um curta do diretor do primeiro filme (Joyride). Além disso, numa cena um personagem está assistindo um filme de monstro em preto e branco que eu não saquei a referência. Enfim, é uma sequência bem legal até, pena que deixou saudade e um buraco na história pois a gente nunca mais soube nada daqueles personagens, que até então deixa uma expectativa sobre o futuro do casal principal. E isso, essa continuidade de personagens retornando em sequências do gênero do terror não é tão comum, inclusive a história evoluindo conforme passam os filmes. Então por isso tudo, esse tem seu valor também.

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terça-feira, 20 de outubro de 2020

Eu sei o que vocês fizeram no verão passado (1997)

Bom, se você me conhece pelo menos um pouquinho deve saber que esse é o meu filme favorito, não só no gênero do terror, mas é o tipo de filme que eu gosto muito no geral. E eu nem vejo ele como terror, mas pretendo explicar direitinho o que eu realmente gosto nesse filme a ponto de deixar ele como número 1. Vamos ao resumo: quatro amigos (dois casais) acabam se envolvendo num atropelamento onde uma pessoa (aparentemente) morreu e eles chegam ao ponto de jogar o corpo no rio. Um ano depois, a Julie recebe uma carta e isso é o começo de uma vingança.

Mas esse é o tipo de filme que se resumir perde toda a graça, pois a graça está nos detalhes. A questão aqui é em relação ao mistério de quem é o homem que foi atropelado e as pessoas da vida dele, no caso, uma irmã, ex-mulher e o ex-sogro. E mesmo lendo críticas na internet, percebo que muita gente não reparou nessa sub-trama. Vou tentar explicar de uma forma clara e direta: homem e mulher iam pela estrada de carro, acontece um acidente, onde a mulher morre. O pai dela se vinga matando o genro na mesma estrada e jogando o corpo dele no rio. Minutos depois, o sogro é atropelado pelo carro com os 4 amigos. Só que quando a notícia sai no jornal, eles acham que o homem que eles atropelaram foi o genro, mas na verdade foi o sogro. E essa revelação é feita após conseguirem ir na casa da irmã do genro. Então esse é o primeiro ponto interessante do filme.

E como toda história que envolve mistério, há sempre um aprofundamento de alguns pontos, algo que a gente viu uma vez, mas depois voltamos pra saber mais. Por exemplo, nos primeiros minutos aparece um tipo de medalha que quando dá um peteleco ela gira e faz um barulhinho. No decorrer do filme, se você prestar atenção, tem mais 4 momentos onde esse barulhinho aparece ao fundo, quase imperceptível, mas que quer simbolizar a presença oculta do assassino. Outra coisa que acontece assim é em relação à loja de roupas, onde primeiro a gente conhece só o térreo, depois em outra cena é mostrado vários cômodos e um segundo andar. Isso também acontece no salão do desfile de Miss, a gente vê o mesmo local em dois anos diferentes, além da casa da Missy, que é mostrada duas vezes, na segunda descobrimos mais coisas. Sem contar que ainda tem um mistério que envolve um suposto amigo do cara que eles atropelaram, chamado Billy Blue. Isso é outro ponto interessante do filme.

Quando eu digo que não considero o filme do gênero do terror, é por um motivo: quem for esperando ver aquela carnificina que é tão comum e até banalizada em vários filmes, vai se decepcionar um pouco. Pra se ter uma ideia, a primeira cena de assassinato acontece aos 38 min. A segunda morte só vem depois de 70 min. Lembrando que o filme tem 100 min. Por isso acho que deveria ter outra classificação. O lado positivo disso é que os filmes do gênero do terror (principalmente da franquia Sexta-feira 13) raramente têm um bom desenvolvimento de personagens, geralmente são situações até um pouco forçadas só esperando cada um ficar isolado para serem atacados. Não é uma crítica, eu gosto desse tipo de filme também, mas acho que é interessante o Eu sei não entrar nessa mesmice e ter um desenvolvimento original. Até se analisar, no filme ocorrem apenas 5 mortes, sendo que a primeira é aos 38 min e as outras 4 são praticamente numa única cena longa de 12 minutos de perseguição. Inclusive essa cena específica, eu nunca vi um filme que uma cena de perseguição durou tanto tempo. Então, isso tudo engloba mais um ponto interessante do filme.

Outro ponto que eu acho bem legal é a estética criativa da figura do assassino. Pois todo filme do gênero busca criar um ícone através de uma máscara: Jason, Pânico, Freddy Kruegger, o boneco do Jogos Mortais, Anabelle, Chucky, IT, Hellraiser... Aqui não. O assassino dessa vez é só um homem com uma capa preta que cobre ele da cabeça aos pés, umas botas pesadas e um gancho que parece um anzol grande, que ele segura de uma forma específica. Foge totalmente do habitual. Até a personalidade desse personagem, que eles chamam de pescador não é tão bem abordada, fica muita coisa no ar. O cara não quer exatamente só matar eles, ele quer fazer eles irem sofrendo aos poucos. Por exemplo, ele tem a chance de matar o Barry mas só atropela ele. Tem a chance de matar a Helen, mas em vez disso, na véspera do concurso de Miss, ele corta o cabelo dela enquanto dorme. Ele mata o Max só pra colocar no porta-malas da Julie como uma forma de ameaça. Não lembro de um filme do gênero que o assassino é assim tão calculista. E toda a estética do personagem ganha mais um destaque pelo modo que o diretor conduz as cenas, com jogos de luz e sombras bem interessantes, que é o próximo ponto que quero falar.

Eu acho que a direção de Jim Gillespie faz toda a diferença nesse filme, inclusive depois procurei outros filmes dele e também pude notar a mesma técnica. O que ele faz é o seguinte: enquadramentos de câmera bem diferentes, usa câmeras em movimento já pensando numa cena longa, onde a câmera começa de um ponto até parar em outro, já esperando alguma coisa acontecer naquele momento. Por exemplo, quando duas personagens estão andando perto de um espelho e a câmera acompanha até o momento que no reflexo do espelho, calculadamente, aparece outro personagem. Ou quando uma personagem está indo em direção à uma escada, mas a câmera dá uma leve movimentada pra mostrar que o assassino está dando os últimos passos no alto da escada e entrando no quarto dela sem ela perceber. Ele faz também uma jogada de luz e sombra em vários momentos, por exemplo, a gente não precisa ver o assassino, é mostrada só a sombra dele ou do gancho, na cena que uma personagem sobe por um elevador manual e o assassino sobe pela escada. Essa técnica toda pra mim é o ponto crucial do filme, se fosse dirigido por outro diretor acho que não seria tão bom. Além de que, o filme inteiro tem uma trilha sonora que encaixa perfeitinho com as cenas, um toque bem legal.

Tem uma rápida citação à duas atrizes, numa espécie de metalinguagem. As duas amigas estão falando sobre Jodie Foster (do filme O silêncio dos inocentes) e sobre a Angela Lansbury (conhecida por papéis de suspense). E logo depois elas precisam usar um nome falso, se apresentando como Jodie e Angela. Pode ser que tenha vindo dessas duas atrizes alguma inspiração pros personagens. 

Agora, se eu pudesse citar um defeito do filme, que talvez nem seja um defeito, mas uma situação que acho que poderia ser mais trabalhada: podia ter um flashback contando a história do assassino, pois é explicado tão rápido que se você piscar, você não entende mais. Além disso, queria entender por qual motivo ninguém acreditava na Helen quando ela falava que estava correndo perigo. O policial não deu crédito ao que ela falou, ainda debochou e por isso, acaba saindo do carro e é morto pelo assassino. Depois o mesmo acontece com a irmã dela, duvida do que ela diz, pra morrer logo depois. Sinceramente, os dois morreram pela ignorância. Outra coisa que acaba ficando explicada em partes mas poderia ter sido melhor: como o assassino conseguia agir tão rapidamente, a ponto de entrar num lugar e sair sem ser percebido. Embora teve um momento que isso foi bem mostrado, talvez até pra deixar a gente curioso e dizer que daria pra fazer isso sim. 

Enfim, por isso tudo, é o meu filme favorito. Nesses 23 anos que o filme foi lançado, já ouvi muita gente questionando e desvalorizando por ser mais do mesmo, ou o que acho mais sem lógica quando falam que é uma cópia de Pânico, quando na verdade são filmes completamente diferentes e o Eu sei ainda surgiu como livro nos anos 70, ou seja, impossível ser uma cópia de um filme de 96. Eu acho que ele se enquadra mais nos filmes do estilo do Psicose ou até o filme Identidade, que têm uma uma história e alguns pontos isolados de assassinato, envolvendo mistério e revelação. Ah, esqueci de dizer que esse filme tem um valor um sentimental pra mim, me remete muito à infância, aquela época que a gente assiste muitos filmes com amigos e família. E talvez isso faça toda a diferença também pra eu gostar tanto dele. É isso.

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quinta-feira, 8 de outubro de 2020

National Kid: episódio 1 (1960) - Indicado por Fátima Formiga

O primeiro episódio fala sobre um ataque de extraterrestre. Na verdade um avião caça avista um disco voador, o segue e acaba sendo atacado. Com isso, há uma reunião no governo onde chamam um homem que traduz uma mensagem de ameaça desses ets. Depois, em outro momento, umas crianças acabam sendo encurraladas por um grupo desse seres, mas são salvas pelo National Kid. O final termina com um homem sendo praticamente sequestrado por um desses seres, sendo que o único que percebeu algo de estranho foi um cachorro. E é só isso. Destaque pra abertura bem legal e alguns efeitos especiais bem práticos que hoje qualquer um faz com o celular.

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Bacurau (2019) - Indicado por Camilla Tebet

Bacurau é um título que não dá a entender nada do que o filme se trata. Até mesmo depois de assistir me pareceu que o filme não tinha essa intenção de ter uma pré-ideia do que se tratava, pra justamente brincar com isso no decorrer da história. O que acontece: começa com uma história de pobreza de cidade pequena, de repente vira uma ficção, aí depois parece um filme de Tarantino, pra depois concluir com uma explicação.

Vamos à história: Bacurau (isso é o nome da cidade) é apresentada na primeira meia hora de filme bem devagar, até que de repente entra uma nave alienígena na história, um casal estranho de moto que está fazendo parte de uma conspiração com um grupo de estrangeiros, pra depois revelar que é uma armação de um prefeito querendo reeleição.

Isso tudo é feito com uma construção de mistério em cima de mistério bem interessante, que lembra muito o mesmo jeito que os filmes de terror são feitos, mas aqui não é bem terror. Mas está tudo lá, as cenas em que no meio do perigo um personagem resolve andar isoladamente pra logo depois ser pego fácil, ou quando um casal tenta sair de carro pra ser logo pego. A parte que me lembra Tarantino é quando um dos homens vai invadir uma casa sem saber que já estava sendo esperado por outro homem que atira em cheio nele, cena bem parecida com Kill Bill 2.

É um filme inovador? Não. Mas dentro de um gênero específico, ele tem um papel até interessante. Que é nesse sentido de não se saber o que está acontecendo até chegar no final. Eu particularmente gosto muito de filmes que envolvam mistérios, com começo, meio e fim, chegando no final e explicando as questões que ficaram. Aqui foi explicado em partes, fiquei na curiosidade por saber mais sobre quem são esses estrangeiros, o que eram aquelas naves-drone, se eles descobriram que o sinal da internet foi bloqueado e como desligaram. Ou talvez isso foi deixado propositalmente pra ficar na nossa imaginação.

Lembrei de outros filmes enquanto assistia: o sótão de Evil dead com alguém escondido embaixo, o filme Prova final que também faz mistério com alienígenas, até um episódio do Chapolin tem uma navezinha daquele estilo. Não é por acaso que um dos atores, o vilão principal, é um alemão que já fez filmes sucesso de Hollywood como Armageddon, Halloween (o de 2007), inclusive Bastardos Inglórios (de Tarantino) e até Ace Ventura. E olha que coincidência, Sônia Braga (que também atua em Bacurau) já participou do filme americano Um drink no inferno 3, que também tem esse estilo meio violento.

Outra interpretação pro título: é explicado no filme que o nome da cidade Bacurau veio do nome de um pássaro. Ele tem um hábito noturno e faz seu ninho perto do chão. E os habitantes da cidade tem seus esconderijos subterrâneos. Será que é por isso?

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Comparação de cenas: Preso na escuridão X Todo mundo hispânico

Todo mundo hispânico é uma sátira coletiva de filmes espanhóis. Dentro dele é citado o filme Preso na escuridão, que foi regravado como Vanilla Sky.


Vídeo editado por mim a partir dos filmes.



Russian doll (temporada 1, episódio 1) - Indicado por Diogo Olympio

Há um gênero específico que já foi usado em tantos filmes, porém cada um de um modo. Tô falando dos filmes onde um personagem fica preso num dia, repetindo um ciclo constante. Lembro do filme Meia noite e um, o mais recente Precoce, mas sei que já tem uns clássicos como Feitiço do tempo que já faziam isso há muito tempo. Boneca russa se encaixa nesse rótulo.

Vamos à história: uma mulher está na festa de aniversário dela de 36 anos e depois que ela sai pra procurar o gato dela que fugiu, acaba sendo atropelada. A partir daí ela retorna pra festa (surge de repente) como se nada tivesse acontecido. O que dá a entender é que o atropelamento causou isso, mas é cedo pra dizer.

Quando ela reaparece na festa, ela não segue a mesma sequência anterior, mas cria outro caminho, conversa com uma mulher que não tinha tido contato na primeira vez. Ela acaba saindo pra procurar o gato de novo, acompanhada de um ex dela, porém dessa vez ele salva ela do atropelamento, mas ela acaba caindo dentro de um canal e morre afogada. Ressurge de novo na festa como se nada tivesse acontecido.

O primeiro capítulo é basicamente isso, até por ele ser bem curtinho não dava pra desenvolver tanta história. Mas vamos ver no decorrer... A atriz principal estava sumida há anos. Ela interpretou dois papéis marcantes no cinema, no gênero comédia: a Jessica de American Pie e a menina que faz sátira do filme O exorcista, no começo de Todo mundo em pânico 2. E olhando pra ela hoje, depois de 20 anos desses papéis, ela não se desapegou do mesmo estilo besteirol. O que não é ruim, pra quem gosta dela assim é ótimo. 

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quarta-feira, 7 de outubro de 2020

Comparação de cenas: Vanilla Sky X Preso na escuridão

Aqui a comparação é bem direta, já que um filme é regravação de outro. O interessante é ver a diferença entre as cenas, modos de filmagens e estilo de filme, que no antigo era mais "rústico" e no novo é mais pop, inclusive pelas trilhas sonoras e cores de fundo.

Editado por mim a partir das cenas dos filmes.

terça-feira, 6 de outubro de 2020

Vanilla Sky (2001) - Indicado por Cynthia Coutinho

Antes de começar a falar do filme, já vou deixar claro que o quebra-cabeça super confuso propositalmente já vale a pena. Embora eu não seja um fã tão grande dos atores desse filme (Tom Cruise, Cameron Diaz e Penélope Cruz) tenho que admitir já de cara que o papel deles está bem fora do habitual, da mesma forma que foi quando Jim Carrey quis experimentar novos papéis além-comédia. Agora vamos ao filme: mulher 1 gosta de homem, mas homem gosta de mulher 2. Mulher 1 fica com ciúme, joga o carro da ponte com ela e o homem. Ela morre. O homem fica desfigurado.

O filme é isso, a gente conhece essa história pelo ponto de vista do homem contando isso a um psicólogo. O resto do filme a história vai pra frente e pra trás, mistura sonho com realidade... Até chegar na revelação final: depois que ele ficou desfigurado, ele entrou numa experiência científica que iria congelar um ser humano e fazer ele viver numa realidade criada. Ou seja, no filme todo o que a gente tá vendo é apenas uma espécie de "sonho lúcido", dormindo acordado. E no final ele se dá conta disso, encontra dentro da cabeça dele um representante pelo suporte técnico da experiência e resolve acordar para a vida real.

Essa cena final é realmente emocionante, principalmente quando ele recebe a notícia do que que aconteceu após a sua "morte", como as pessoas ficaram de luto, até a sua paixão e seu melhor amigo, que supostamente teriam ficado juntos após isso tudo. O filme é isso.

Têm muitas referências interessantes a outros filmes em pôsteres na casa dele, discos, livros, até quadros, que é aqui que surge a dica do motivo do filme ser Céu de Baunilha, uma referência a um quadro de Monet. E tem várias cenas que são flashes muito rápidos com cenas escondidas, até aparece em questão de 1 segundo a foto da sua futura esposa, Katie Holmes, mais conhecida na época como Joey do seriado Dawson's Creek.

Outras coisas que coincidentemente consegui fazer uma ligação: um ator do Lost aparece em menos de 1 minuto (o Miles), além de tocar uma música que toca na série (Good Vibrations) e uma frase citada na série ("Vejo você em outra vida"), um ator do Eu sei o que vocês fizeram no verão passado (o Max) que depois veio a fazer mais sucesso em The big bang theory, uma aparição rápida de Steven Spielberg em cena, a protagonista de Lenda Urbana 1 também tá no filme bem rápido (nunca tinha visto outro filme com ela), a cena final do Tom Cruise caindo de um prédio me remeteu a Missão impossível, um trechinho do filme O sol é para todos passa em tela. 

Além disso o filme já dá várias dicas sobre o final, quando o Tom Cruise fala "parece que estou vivendo um sonho" e quando aparece uma foto da Penélope Cruz com uma máscara. Ah, essa história toda me lembrou o filme Fluke - Lembranças de outras vida, onde um homem morre e reencarna num cachorro e volta pra família dele pra descobrir que o seu amigo não causou sua morte pra ficar com sua família, mas que foi um acidente e que ele ficou com sua família pra não deixar eles sozinhos. Essa mudança de perspectiva acontece aqui também. 

Pra finalizar, esse filme já teve outra versão anterior, de 1997, com o título Preso na escuridão (Abra los ojos), embora haja similaridades da história com uma peça teatral de 1635 chamada A vida é sonho, além disso Vanilla Sky foi alvo de sátira da comédia Todo mundo hispânico, de 2009. Ou seja, já tem mais de 1433 anos que essa história de viver num sonho já inspirava a arte.

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Party of five - O quinteto (temporada 1, episódio 3)

O episódio 3 segue com um tema interessante, mostrado por 2 pontos de vista: amizades duvidosas. O que acontece aqui é que a Julie arruma umas amizades que só querem se aproveitar para fazer festas na casa dela, chega a ser triste ver ela não percebendo que só está sendo usada. Ao mesmo tempo, o Bailey passa por uma situação que ou ele se ferra pois é o principal suspeito de vandalismo, ou se entrega um amigo (colega?) que foi responsável por isso. Basicamente, é isso. O trio amoroso entre os dois irmãos e a babá é meio esquecido já que ela arrumou um namorado. Ah, e tem uma citação ao livro O sol é para todos, mas não consegui entender o motivo.

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Coraline e o mundo secreto (2009) - Indicado por Laila

Olha, têm filmes de terror que são menos assustadores que Coraline e o mundo secreto. Aqui não é terror nem de serial killer, nem de fantasmas, nada disso. O terror aqui é psicológico. Eu até diria que é uma versão trash (no bom sentido) de Alice no país das maravilhas. Vamos ao enredo: uma menininha bem legal, de cabelo azul, encontra uma porta secreta na casa que ela acabou de se mudar. E essa porta leva a um túnel, que vai sair em outro mundo que... Existe uma versão alternativa da vida dela! 

Só que lá, tudo é do jeitinho que ela gosta. Nas primeiras vezes dá a impressão que é um sonho, mas a gente vai vendo que é real sim, e que os pais dela dessa outra versão (que tem botões no lugar de olhos) não são tão bonzinhos quanto parecem. É aí que o terror psicológico começa, até me lembrou o mesmo conceito do filme Corra!, que há uma espécie de conspiração. Me perdoe o trocadilho: Corraline! 

Eu inclusive tive um pesadelo depois que assisti o filme, o que pra mim foi surpreendente, pois dificilmente um filme me assusta a esse ponto. Mas eu gostei bastante. O filme foi indicado pro Oscar de melhor animação de 2010 (perdeu pro filme UP - Altas aventuras) . O mesmo diretor desse filme, eu não sabia, dirigiu os filmes O estranho mundo de JackMonkeybone, que eu tenho na minha coleção em DVD. Além disso, o filme é baseado num livro de 2002 chamado só de Coraline, onde já tinha ganhado prêmios.

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O meu episódio favorito de Lost

Se você viu Lost, você deve lembrar de vários momentos marcantes da série que realmente impressionaram e te deram vontade de assistir ao próximo episódio. Mas, pra mim, o episódio onde realmente a série me "pegou" pra sempre foi o capítulo 20 da primeira temporada. Aquele capítulo onde o Boone morre e o bebê da Claire nasce. Agora vamos à explicação: esse capítulo é onde grande parte das histórias dos personagens se unem de uma forma até impressionante pensando pelo ponto de vista do escritor. Vou falar de cada uma. 

Primeiro, a do Boone. Já que ele é o personagem que, embora o flashback desse capítulo seja do Jack, tudo gira em torno dele. Até esse momento, o que a gente sabe dele: ele é um irmão-postiço de pais diferentes da Shannon, e os dois escondem um caso secreto que tiveram, embora ela diga que só ele que é apaixonado por ela. Então tem esse lado do personagem, de frustração, de tentar sempre ajudar a Shannon quando ela tem algum problema, inclusive quando o Locke começa a perceber isso faz um tipo de libertação com ele que o faz ver ela morrendo numa visão. Por último, ele tem uma questão altruísta em vários momentos da série, onde ele começa a andar com o Locke pra irem atrás da Claire e ajudar na caça, sem saber que isso causaria a sua morte. 

Depois tem a Shannon, que até esse momento estava sempre agindo de forma bastante imatura, principalmente com o Boone. Lembra que ela chegou a manipular o Charlie pra conseguir um peixe só pra jogar na cara do irmão que conseguia se virar sozinha? E ele sempre foi a única família que ela tinha, já que o pai morreu e a madrasta roubou a herança. E ela começa a se envolver com o Sayid, inclusive coincidentemente marcando um encontro no dia que o Boone mais precisava dela. 

Aí tem o lado do Sayid também, que é um ex-torturador de guerra e tem um amor que perdeu, tentando recomeçar com a Shannon, sem saber do amor escondido que o Boone tem por ela, achando que o ciúme dele era por ser ciúme de irmão. 

E aí, a gente entra na briga de Jack e Locke que chegam ao primeiro momento crítico quando o Boone morre. Eles brigam em vários momentos da série, mas aqui é onde tudo realmente começa a desandar. Os dois têm pontos de vista muito opostos. E os escritores deixaram tudo muito bem explicado pra gente entender o lado de todo mundo. No caso, do Jack, médico que em vários momentos teve que lidar com a morte de pacientes, até o dia que soube que o próprio pai morreu. Ele tenta de todas as formas salvar o Boone até o próprio pedir pra deixar ele morrer. Imagina pra um médico ouvir um pedido desse... Inclusive nesse momento ele lembra do pai dele aconselhando ele em relação às suas fraquezas. Já o lado do Locke, ele era paralítico, a ilha curou ele... E de repente, a ilha o "traiu". Aqui a ilha, pra ele, representa "Deus". E, no momento que o acidente com o Boone acontece, a lembrança que ele tem é do pai traindo ele, "roubando" um rim dele. Isso acontece no episódio anterior, 19. 

Aí temos o lado da Claire. Ela chegou grávida na ilha e obviamente em algum momento o bebê iria ter que nascer... E que dia isso acontece? No único dia que o Jack não pode ajudar, pois algo mais grave está acontecendo, ele tentando salvar o Boone. E do lado da Claire, acaba envolvendo vários personagens: a Kate, o Charlie, o Jin e a Sun. Vamos um a um. A Claire iria entregar o filho pra adoção e agora ela começa a ficar com remorso porque o bebê realmente vai nascer e ela não se sente pronta pra isso. Além de que o pai do bebê abandonou ela. A Kate ajuda a fazer o parto e como em vários momentos ela tem que superar um medo. Inclusive esse parto é um momento tão marcante que futuramente a Kate chega a adotar o bebê quando a Claire some na ilha. O Charlie, embora tenha começado a gostar da Claire, a questão aqui envolve a família dele, totalmente desestruturada e só sobrou o irmão dele que o abandonou. Então é a possibilidade de ele começar uma nova família. O Jin e a Sun tinham brigado em alguns episódios antes, justamente porque ele descobriu que a esposa sabia falar inglês, ou seja, ela mentiu pra ele. E justamente quando o Jin tenta ajudar a Claire precisa que a Sun traduza o que ele esta dizendo. Além disso, pra todos os outros personagens, é o primeiro personagem principal que morre. Simbolizando que todo mundo pode morrer, o que causa um luto em todos. Inclusive alguns personagens acabam se unindo mais depois disso. 

Então, pra finalizar... Quando eu assisto esse episódio eu consigo ver todas essas histórias (que já foram trabalhadas uma a uma) se juntarem. A Shannon tentando começar um novo amor com o Sayid, no dia seguinte do encontro voltando e tendo a noticia pelo Jack que seu irmão morreu, o silêncio sufocante dela durante o enterro e depois a "vingança" que ela vai atrás do Locke pois culpa ele. Ao mesmo tempo, o Jack em todo o seu esforço, o cara realmente ali foi além do limite tentando ajudar da forma mais absurda possível, ao lado da Sun, ainda tendo que orientar a Kate e o Charlie ao que fazer com a Claire. E esse desfecho, com uma vida encerrando enquanto outra começa é tão profundo. Sem dúvida nenhuma, esse ator que fez o Boone (Ian Somerhalder) não vai participar de nada tão grandioso assim mais, que supere essa cena. Interessante que depois que ele sai de Lost, ficou quase um popstar super conhecido por seu papel em Diários de vampiro. Mas o grande papel dele, pelo menos pra mim, foi em Lost. Tanto que, mesmo eu gostando bastante de vários outros personagens, nesse momento, ele se tornou o meu personagem favorito da série. Ah, e as últimas palavras dele ao Jack foram apenas: "Diz pra Shannon que...". Além disso, no momento que a Shannon chora enquanto vê ele morto toca aquela trilha sonora triste, aquele pianinho, que virou uma marca registrada pra futuras cenas tristes. Essa imprevisibilidade de Lost e essa coragem em tirar personagens é impressionante, acho que isso deixava tudo mais intenso, até porque outros personagens sempre passavam por situações de quase morte mas sobreviviam. Lembra do Charlie pendurado na árvore? Mas, enfim, Lost não estava de brincadeira... No decorrer da série, há uma lista enorme de personagens que vieram a morrer. A morte da Ana Lucia e da Libby foram bem assustadoras, a do Locke também... Mas nenhuma foi tão complexa e envolveu tantos personagens quanto a do Boone. E na verdade a situação toda da morte dele envolve 3 episódios da primeira temporada: 19, 20 e 21. Mas é no 20 que tudo realmente fica crítico. Última coisa, nas outras temporadas esse dia é citado, além de voltarem ao local onde estava o bimotor, inclusive quando descobrem que era do irmão do Eko, depois ainda que tinha uma segunda escotilha embaixo dele. Tudo isso ainda em decorrência desse episódio.

Fonte das fotos: aqui, aqui, aqui, aqui, aqui, aqui.

Comparação de cenas: Homem-aranha X Super-herói, o filme

Aqui a comparação é entre um filme e sua sátira quase fiel. Inclusive quadro a quadro, o diretor tentou deixar quase uma versão alternativa do Homem-aranha.

Edição feita por mim a partir dos filmes originais.
 

Comparação de cenas: O encouraçado Potenkim X Os intocáveis X Corra que a polícia vem aí 33 e 1/3

 A cena de um carrinho de bebê descendo uma escadaria ficou conhecida mais pelo filme Os intocáveis, depois vindo a ser satirizada em Corra que a polícia vem aí 33 e 1/3. O que muita gente não sabe é que essa cena já estava num filme muito mais antigo, inclusive preto e branco.

Edição feita por mim a partir dos filmes originais.

sábado, 3 de outubro de 2020

As patricinhas de Beverly Hills (1995)

Primeira vez que realmente assisti esse filme inteiro, por acaso acabei me surpreendendo já que a história remete não só a uma outra época antes da tecnologia, mas até quando os filmes não precisavam ser apelativos ou violentos para ser bons. No caso, esse aqui tem uma história, não é um filme tão bobo quanto o título parece sugerir. Resumindo: uma menina de 16 anos tenta arrumar namorado pros outros até perceber que ela mesma não consegue arrumar. Mas, como os filmes clichês dos anos 90, tudo se arranja no final. 

O que achei bastante interessante foi dar uma visualizada em como a sociedade agia antes dos smartphones, embora aqui eles já tenham celulares. Mas as situações são resolvidas tudo olho no olho. Além disso, a Alicia Silverstone realmente foi sensacional no papel, acho que o sucesso do filme só foi possível por causa dela, pelo jeitinho inocente de querer sempre ajudar todo mundo. 

Agora, o que eu realmente tirei o chapéu pra esse filme foram as referências citadas pelos personagens, anotei algumas: Tony Curtis no filme Quanto mais quente melhor e Spartacus; Forrest Gump; a banda Cranberries; Green Day; um livro de Nietzche; o desenho Beavis and Butthead; Marvin, o marciano; o seriado Twin Peaks; James Dean; entre outras. 

Fonte da foto: aqui