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quinta-feira, 31 de julho de 2025

Não se preocupe, querida (2022)

Esse filme segue a mesma ideia de Matrix, Vanilla Sky e O show de Truman, pois é sobre pessoas vivendo num tipo de sociedade experimental, baseada numa comunidade dos anos 50. Só que aí uma mulher começa a se questionar sobre algumas coisas, pois ela na verdade não lembra como foi parar ali. E como é uma sociedade com várias pessoas, tudo acaba sendo normalizado. Então ela entende que, na verdade, aquilo tudo é uma ilusão e ela está apenas dopada numa cama, vivendo essa realidade fictícia em conjunto com outras pessoas. E se você conhece o roteiro dos filmes que eu citei vai entender agora o motivo. A ideia é até interessante, mas esse título acaba sendo bem vago em relação ao tema. E a atriz principal desse acabou fazendo um outro filme em que ela também vai conhecer uma sociedade isolada e acaba se impressionando com a cultura maluca deles, que é Midsommar - O mal não espera a noite.

Perigo em alto mar (2010)

Esse é mais um filme que aborda um grupo de pessoas que acabam ficando isoladas no mar por algum motivo, e nesse aqui é pelo motivo que o barco deles bate em alguma coisa e vira de cabeça pra baixo. Eles tentam nadar até uma ilha próxima, mas um deles acaba ficando no barco mesmo. Aí eles são atacados por um tubarão, vai devorando um a um até só sobrar um casal. Mas aí esse casal consegue chegar até uma pedra, a mulher consegue subir mas o cara não, ficou escorregando e o tubarão o pegou também. Não é um filme inovador nem nada demais, mas esse é um medo real que eu jamais gostaria de passar.

segunda-feira, 28 de julho de 2025

Pânico em alto mar (2006)

Olha que coisa mais doida: o título original desse filme em inglês se apropriou do título de outro filme, que é o mesmo tema, mas não é continuação, Mar aberto, de 2003. E mesmo assim, ainda gerou mais um filme desconexo que deram o mesmo nome, mas aqui no Brasil é chamado de Terror profundo, de 2017. Então esses três filmes são conhecidos como a trilogia Open Water, que aqui foi totalmente descaracterizado.

E o enredo: uma mulher que teve um trauma de infância com o mar, quando seu pai morreu afogado, acaba indo com uns amigos pra um passeio de lancha. Mas um deles a pega a força e faz a brilhante brincadeira de jogá-la na água, quando todos já mergulharam. Mas aí se dão conta de que não desceram a escada pra retornarem, ficando sem poder voltar. O resto do filme é eles tentando achar um jeito de subirem na lancha, mas o perigo aqui não são tubarões e sim a tempestade que começa. O trauma da menina é muito bem abordado, com ela precisando superar o passado.

Club Dread - Pânico na ilha (2004)

Esse filme poderia muito bem servir como uma sátira de Eu ainda sei o que vocês fizeram no verão passado, pois tem muita coisa parecida, mostrada quase que como uma sátira: o cara do cabelo jamaicano, um assassino de capa, além do cenário da ilha. Mas aqui é um clima praiano, com trilha sonora de reggae e bem tropical mesmo, que intercala com momentos de suspense. E tem umas ideias aqui bem legais, como quando o assassino joga uma TV numa piscina e mata um rapaz eletrocutado. Gostei do filme já começar com uma cena de perseguição e depois contar a história por flashback. Mas ainda é um besteirol. 

domingo, 27 de julho de 2025

A reviravolta mais maluca do cinema em 2025 faz sentido?

Vamos a uma análise rápida de como muitos filmes acabam se tornando previsíveis e sem surpresa nenhuma, mas não que isso seja uma crítica, apenas uma constatação. Esse ano mesmo tivemos já muitos filmes que estão voltando com novos capítulos, como Missão impossível por exemplo, que você já sabe como vai acabar, embora um personagem antigo seja sacrificado, mas as acrobacias do Tom Cruise são absurdas e sem muita novidade. Premonição também, embora tenha justificado onde tudo teve origem, a fórmula foi cumprida exatamente, mas eu queria ver um filme por exemplo desses que ninguém morresse, seria o oposto do esperado. Ainda teve Jurassic World totalmente previsível e sem muito a contar, embora eu ache que esse foi um capítulo importante pro futuro da história. Karate Kid, embora eu tenha adorado ver o Joshua Jackson no elenco, é praticamente a mesma história de sempre. Superman, mais uma versão que você já sabe como termina, mas ainda teve a participação do cachorro que foi um diferencial, mas não como uma reviravolta. Ainda teve uma versão do Lobisomen. Teve os filmes Heart Eyes e Drop - Ameaça anônima, que mexem com reviroltas, mas também não chega a ser diferente do gênero de suspense thriller. Também teve a volta do Paddington, que é um filme muito legal e uma aventura divertida, mas as surpresas estão na viagem que ele faz. Um dos que eu gostei muito em relação ao roteiro foi Outro pequeno favor, mas continua o desenrolar que o primeiro filme já fazia, Um pequeno favor. E também teve o quarto Rua do medo, que fez uma analogia com Carrie, mostrando uma revelação de uma família de assassinos. 

Agora, teve um que ousou sorrateiramente inverter tudo, não só so gênero do terror, mas do cinema em geral. E esse filme foi Eu sei o que vocês fizeram no verão passado, que é o quarto filme na sequência, que ousou transformar o grande herói em vilão. Ou seja, a gente conhece o personagem há 28 anos, ele foi perseguido por um assassino, mas sempre foi atrás de salvar a sua namorada, que acabou virando sua esposa, até onde tinha acabado a história. E depois disso tudo, resolvem que seria interessante transformar o cara no novo assassino, que estaria remoendo traumas do passado. O mais interessante é que esse novo filme valorizou os filmes anteriores, no sentido de reassistir para encontrar indícios de onde isso já poderia ser possível. E é impressionante como o Ray, personagem do Freddie Prinze Jr, tinha uma inclinação meio macabra. 

  • No começo do primeiro, de 1997, quando ele conta a história da lenda do cara do gancho, depois ele assusta a Julie como se fosse atacá-la. Depois que o crime acidental acontece, ele fica com uma cara meio de reflexão, que se repete a mesma expressão depois que a Julie diz que não quer mais saber dele. Até o final, quando ele salva a Julie do ataque do pescador, ali era o trauma começando a tomar forma, pois ele estava se tornando um assassino mesmo que fosse pra salvar a namorada. Até nesse filme novo, ele repete uma frase que o assassino falou pra namorada dele: "Feliz 4 de julho, Julie!", pois a história se passa no dia da independência dos EUA.
  • E no segundo, de 1998, quando o pescador mata o amigo dele e corre com o carro atrás dele, fazendo-o ficar desacordado e ir até uma ilha isolada salvar a namorada, ele vende o anel de noivado que iria dar pra ela e compra uma arma. O vendedor da loja de armas pergunta se ele sabe o que está fazendo, ele diz apenas pro cara carregar a arma e não dá muita satisfação. Até que ele chega no final e surpreende o assassino, que fala o seguinte: "Pense o que vai fazer, garoto! Você não é um assassino, isso é pra mim! Isso não está em você!" E ele acabou se tornando isso mesmo.

Ou seja, isso tudo já estava meio que subliminarmente ali, que acredito que a roteirista teve essa análise pra fazer essa reviravolta agora. E mesmo nos filmes Pânico, que adoro a revelação do assassino do quarto filme, ainda ficou tudo dentro de um padrão. É aquela surpresa que quando é revelada, acaba sendo aceita pela justificava que eles dão. Lenda urbana, Jogos mortais, entre outros também seguem esse padrão. E os clássicos, Sexta-feira 13, A hora do pesadelo, Brinquedo assassino, Halloween, já sabemos quem é o vilão. Pra mim, essa revirolta do novo Eu sei o que vocês fizeram no verão passado levou o filme e a franquia a um patamar nunca alcançado na história do cinema. 

Fala aí, que outro filme transformou um herói em vilão depois de quase três décadas?



Pânico nas alturas (2019)

Eu assisti esse depois de ter assistido Pânico na neve, lançado 9 anos antes, e o que me chamou atenção é a semelhança do roteiro em relação a pessoas que ficam presas em algum lugar no alto. Se no outro filme era num teleférico, nesse é um bondinho, só que muito mais alto e em um contexto totalmente diferente. Os personagens aqui não se ajudam tanto e até acabam sendo egoístas e se viram uns contra os outros quando a questão é sobreviver. E eles estavam indo passar a virada do ano nesse passeio, ou seja, se passa em 31 de dezembro, o que justifica também do lugar estar fechado. E nisso só acaba sobrando uma menina, que fica pendurada na estrutura do bondinho, pois até ele despenca lá de cima, então só sobra um pedaço que predia ao cabo de aço. Até que o namorado dela, que não tinha ido no passeio, acaba notando que ninguém retornou e consegue chegar à base do local e puxar a estrutura de volta. Tem um romance interessante deles, pois ela descobre que ele iria pedí-la em casamento lá em cima, quando acha o anel que ele deixou na mochila. E da mesma forma, ela já estava grávida dele e não tinha contado ainda. Mas os dois se reencontram no final.

sábado, 26 de julho de 2025

Pânico na neve (2010)

Incrível como um roteiro que poderia ser facilmente resumido em uma única frase consegue gerar um filme tão angustiante e tenso. É realmente impressionante, pois os personagens estão em uma situação tão absurda que só dá pra imaginar o que faríamos no lugar deles. E tem muitos filmes com esse tema: em Águas rasas, uma mulher fica presa numa pedra no meio do mar, cercada por tubarões; em A queda, duas amigas ficam presas no alto de uma torre; em 127 horas, um homem fica preso numa cratera no deserto, quando a mão dele é prensada por uma pedra.

Vamos a esse aqui. São três amigos que estão num passeio na neve, mas acabam esquecidos pelos funcionários de um teleférico. Só que o lugar só volta a abrir na próxima semana, ou seja, ou eles vão morrer de frio ou de fome. Um deles tenta pular, mas acaba quebrando as duas pernas, ficando imobilizado, mas aí tem um outro perigo que eles não esperavam, um bando de coiotes o ataca. Impossível parar de assistir depois que chega nesse ponto.

terça-feira, 22 de julho de 2025

Milionário num instante (1990)

Tem três coisas interessantíssimas nesse filme: a primeira é que o menino que confronta o Alan no começo do Jurassic Park, de 1993, faz uma participação aqui; a segunda é que esse foi o primeiro roteiro do JJ Abrams, que viria a fazer Lost, 14 anos depois; a terceira é que esse enredo parece ter inspirado a música do Charlie Brown Jr, que conta a mesma história, Rubão. Partindo pelo raciocínio da música, é sobre um cara que encontra uma agenda cheia de cartões de crédito, que um cara milionário esqueceu num orelhão, assim passando a assumir o lugar dele, já que sabe os compromissos dele e tem todos os contatos, que estavam na agenda. Só que esse cara que achou a agenda é um fugitivo da prisão, que só fugiu pra assistir um jogo de beisebol e acabou ficando... milionário num instante. Esse é o enredo do filme, até que os dois acabam se conhecendo e, ao invés de virarem inimigos, acabam fazendo uma amizade e se ajudando. 

Heart Eyes (2025)

O nome do filme faz referência ao nome do assassino do filme, que seria Olhos de Coração, que está matando casais no dia dos namorados. Embora lembre um pouco a ideia de Dia dos namorados macabro, aqui é mais uma versão cômica, mas não exatamente como uma paródia. Os personagens principais são excelentes, a menina principal tem um carisma incrível. Vou confessar que só vi o filme por causa dela. E também faz parte dos filmes do diretor Christopher Landon, embora aqui ele faça apenas o roteiro. Mas a carreira dele está indo muito bem, já criou o padrão de toda personagem principal dele ser uma loira, passando por situações de tensão, como Drop - Ameaça anônima e A morte te dá parabéns. Em Heart Eyes, a grande ironia é que a menina deu um beijo num colega de trabalho apenas para fazer ciúme no seu ex, mas acaba causando uma confusão quando o assassino acha que eles são um casal, assim viram os próximos alvos.

Superman (2025)

A minha opinião pra esse universo de super heróis que vem surgido infinitamente é a mesma desde sempre: se essas duas produtoras investissem em fazer algo contínuo, sem precisar reciclar constantemente o mesmo enredo, mudando os atores e começando tudo de novo, talvez seria mais interessante. Pois eu lembro ainda do Superman com o Christopher Reeve lá dos anos 70, sendo que depois dele ainda teve mais 3 atores que interpretaram outras versões do personagem, além de mais cinco atores que também fizeram o mesmo papel pra séries de TV. E se, de 2013 a 2022, ainda estava indo tudo bem com o mesmo ator, que era o Henry Cavill, qual a necessidade de refazer isso agora? A impressão que eu tenho é que os produtores desistem ou acabam sem ideias e querem arrumar mais um jeito de lucrar, o que sempre dá certo. Por exemplo, teve uma onda de remakes dentro dos filmes de terror, que também foi um recomeço, como Freddy Krueger, Chucky e Jason, mas que logo acabou sendo criticado, o que fez os filmes retornarem continuando de onde pararam. Mas no caso dos heróis, essas ideias acabam sendo bem aceitas, o que pra mim é estranho. Acaba ficando difícil de acompanhar e entender pra quem não vive esse mundo como fã. Mas falando desse filme novo, ele é até divertido, tem umas cenas de humor no meio que achei legal, mas acredito que pro público que é fiel e realmente acompanha desde os gibis, tenha outro valor. A novidade que eu não tinha visto até então é a participação do cachorro do Superman. O resto do enredo é apenas o Lex Luthor tentando derrotar o Superman, que tem um relacionamento com a Lois Lane, mantendo a mesma identidade secreta de sempre como jornalista. 

Boneca assassina (1991)

Visivelmente pegando inspiração no Chucky, que já tinha surgido 3 anos antes, esse filme tenta fazer praticamente a mesma coisa, mas aqui é uma entidade que é libertada e se apossa de uma boneca. Até que acaba virando o presente de uma menininha. E aí, coisas estranhas começam a acontecer. A boneca mata a babá da menina, mas os pais dela não desconfiam de nada. Até que enfim descobrem e acabam exterminando a boneca. Não tem nada de tão interessante, mas é um filme trash divertido pra ver sem pretensão de um roteiro muito elaborado, apenas por diversão.

segunda-feira, 21 de julho de 2025

Em algum lugar do passado (1980)

Interessante como esse filme já misturava a ideia de viagem no tempo com outro gênero, que no caso aqui é o romance clássico. Mas de certa forma não é exatamente viagem no tempo igual nos filmes de ficção científica, como Planeta dos macacos e De volta pro futuro, é um pouco diferente. Vamos ao enredo: uma mulher idosa aparece para um homem mais novo, lhe entrega um relógio e misteriosamente vai embora, mas ele fica obcecado em descobrir quem ela era, até que faz uma auto-hipnose e se transporta mentalmente pro passado. Assim, a encontra bem mais nova e convive com ela um tempo, até ser acidentalmente transportado para o presente novamente, assim ficando deprimido de ter sido afastado dela e morre sozinho. O que não dá pra saber é se ele realmente foi pro passado ou foi uma ilusão na cabeça dele. O segredo é que nessa hipnose ele teria que se cercar de coisas do ano em questão que ele queria simular e acaba levando uma moeda atual, que acaba por desfazer isso e por isso que ele volta. E o relógio que ele recebeu dela, acaba entregando pra ela no passado, o que termina por criar um enigma sobre a origem do relógio. E o filme termina com os dois se encontrando após a morte no que seria o paraíso. Um tipo de filme que não precisa de explicação, apenas sentimento.

domingo, 20 de julho de 2025

Jogo de intrigas (2001)

Antes de falar do enredo, não sei como nunca tinha escutado falar nesse filme, pois ele é a perfeição de enredo, atuação e direção, tudo funciona perfeitamente. Mas o principal é que tem 3 atores que eu sou fã e estavam nos meus filmes favoritos da infância: Julia Stiles, que é incrivelmente maluquinha; Josh Hartnett, que tá a mesma cara de quando fez Halloween H20 e o perfeito Prova final; e um ator de Eu ainda sei o que vocês fizeram no verão passado, que é praticamente o protagonista aqui, Mekhi Phifer. 

E o enredo é um suspense envolvendo amizades falsas e invejosas, que acabam sendo catastróficas. É sobre dois jogadores de basquete, do mesmo time. Mas um deles é premiado, reconhecido pelo seu talento, enquanto o outro tem inveja disso, já que ele considera que não recebe a mesma importância, mesmo se esforçando demais. E aí esse jogo de intrigas começa quando o invejoso começa a armar situações para prejudicar o outro, denunciando-o com uma falsa acusação de abuso, simulando situações pra prejudicá-lo com a namorada e até planejando matá-lo. Só que se passando de melhor amigo do outro, que nem desconfia da armação. É um filme trágico, mas de uma perfeição que não sei como não foi mais conhecido do público geral. 

E depois descobri que o filme é uma adaptação da peça Otelo, o mouro de Veneza, de Shakespeare, que inclusive é citado no filme quando um professor está dando aula. Então acaba sendo uma versão de uma história que é citada dentro do filme, assim como Match Point fez citando Crime e castigo.

sábado, 19 de julho de 2025

Eu sei o que vocês fizeram no verão passado (2025)

Eu fui ver esse filme no cinema logo, pois já estavam começando a sair muitos spoilers e eu ia acabar lendo tudo antes de realmente assistir. Então se você não quer saber antes de ver o filme, recomendo parar agora e assistir primeiro, depois ler aqui. Esse filme não é o que ninguém está esperando, mas olhando agora friamente foi uma jogada de roteiro incrivelmente absurda. E digo isso pois comecei a refletir qual filme de terror de assassino chegou aonde esse chegou, e nenhum realmente ousou tanto, mesmo os mais famosos. E a revelação do assassino é a coisa mais insana de todos os tempos pra um filme do gênero, que coloca Eu sei o que vocês fizeram no verão passado em um novo patamar, agora totalmente fora de comparação com qualquer filme, principalmente com Pânico. Mas além disso, a história cita tudo que aconteceu nos dois primeiros: vemos os túmulos de Max, Barry, Helen e Elsa, além de fotos e reportagens do que aconteceu em 1997; além de ter participação da Helen mesmo que num tipo de sonho, o que foi um momento inesperado; também um retorno da Karla Wilson no final, reencontrando a Julie, com uma nova ameaça no ar. Então dá pra ver que tinha tudo pra ser um grande reencontro, inclusive com os atores principais de volta: que interpretam Julie e Ray.

E agora vem a revelação final chocante, maluca, inesperada e totalmente horripilante: o assassino da vez é, simplesmente, o Ray. Olha que maluquice! O mais bizarro é que olhando agora pros dois filmes lá do passado, tem alguns momentos que ele faz uma cara meio de louco mesmo. Que ele fica parado pensando nas coisas. Mas ele não tinha realmente nenhuma inclinação pra isso até onde os filmes tinham mostrado, isso que acaba sendo surpreendente. Essa volta do personagem depois de 27 anos acabou mostrando que ele não ficou bem durante esse período, mas foi consumido pelo trauma de ter participado de um crime e ter sido perseguido por um assassino duas vezes. Mas até então quando chegamos no final de Eu ainda sei, que ele é o herói e salva a namorada, além de conseguir fazer uma artimanha de colocar o assassino pra matar o filho, elevou o personagem a um status de bonzinho e superprotetor. E agora, depois de 27 anos, isso é revertido da forma mais louca do mundo, transformando o herói em vilão. Tem mais uma assassina junto com ele, que é justificada pelo acidente inicial ter morrido alguém conhecido dela, mas isso acaba ficando em segundo plano. Só consigo pensar no Ray, em como esse quarto filme subverte as expectativas e me fez querer reassistir tudo de novo, mesmo tendo sido a franquia que eu mais assisti na infância, pois é uma coisa realmente muito maluca. Até olhando a capa do primeiro filme de novo, já não é mais a mesma coisa quando vejo a cara do Ray. Por fim, é um filme polêmico demais, que justifica ser lançado em julho, competindo a bilheteria dos monstruosos Jurassic Park, Superman e Smurfs, que têm um público pesado e mesmo assim se sair bem nas bilheterias. Vai dar o que falar ainda.

Vai ser a mesma discussão sobre o final de Lost. Não é o filme que eu esperava ver, ainda queria ver o casal bem e feliz, como um reencontro com os personagens antigos, da mesma forma que foi com Pânico 4. Mas não foi nada disso, eu tenho que entender que o filme não é meu e apenas me deixar levar onde os roteiristas querem me levar. Da mesma forma que muitas pessoas remoem até hoje a morte da Helen no primeiro filme, esse veio pra trazer um trauma maior ainda colocando o Ray como assassino. E esse conceito do herói virar o vilão foi levemente sugerido com o Tommy em Sexta-feira 13 e com a menininha Jamie em Halloween, mas que nunca foi levado adiante. Eu acho que realmente esse é o primeiro filme na história dos slasher filmes que faz isso: pega um personagem principal que é o grande herói e o transforma em vilão depois de quase 30 anos. Simplesmente inacreditável. Ousado, traumático, insano, mas bem interessante.

E como franquia, agora parece que tudo está de volta nos trilhos, mesmo depois de Eu sempre saberei e a série da Amazon, mas vamos ver se terá mais filmes ainda, pois isso não pode acabar agora depois de uma reviravolta dessas. E ainda tinha uns adolescentes na sessão no cinema que não estavam entendendo nada, pois não tinham assistido os filmes anteriores. Lembrei agora que no Lost teve um personagem que virou traidor e matou duas personagens principais também, o que acabou dividindo opiniões e sendo um ponto alto da série. Mas aqui em Eu sei, isso está gerando um burburinho imenso no YouTube, principalmente pra quem ainda esperava ver o casal junto e feliz. Eu acho que daqui há uns 20 anos vão olhar pra esse filme e ver a coragem que o roteiro teve, mesmo que agora estejam com raiva.

domingo, 6 de julho de 2025

Jurassic World - Recomeço (2025)

Ver esse filme isoladamente pode acabar sendo um pouco frustrante pra quem espera que ele seja do mesmo nível dos anteriores, mas se ver que a história precisa de um ponto de partida pra algo novo, ele é essencial. A intenção da história de tudo desde o começo, se a gente for se basear pelos livros originais, que foram adaptados nos dois primeiros filmes era mostrar a ideia da criação do parque com dinossauros alterados geneticamente e a ética em manipular a ciência pra isso. E depois a ganância em usar os animais como pra um zoológico no continente. Sempre foi sobre isso. O terceiro filme de Jurassic Park, embora mostre uma história de resgate de uma criança que se perdeu na ilha, mas também serve pra mostrar que os dinossauros criaram um ambiente propício pra viverem sem a intromissão dos humanos. Passaram-se 14 anos e em 2015 tivemos a mesma história contada com os filmes Jurassic World. Só que dessa vez o parque foi aberto e está funcionando, até que um dinossauro foge e causa o mesmo caos, até que no filme seguinte volta a ideia de levar os dinossauros pro continente e ganhar dinheiro com isso. O sexto filme acaba sendo um desfecho da história juntando o elenco original e o novo, as duas gerações da história. E depois disso, o que mais poderia ser criado pra história? Essa que é a questão, pois a partir daqui a primeira trilogia não tinha chegado, o que é totalmente novo. 

E a resposta é que os dinossauros estão vivendo em uma ilha, mas não são os dinossauros normais que conhecemos e sim os experimentos que deram errado. Como se fosse quando uma empresa está produzindo algum produto e dá errado, mas tem um depósito pra deixar os produtos defeituosos. Por isso que os dinossauros desse filme são tão feios e parecem monstruosos. E sinceramente, analisando como um todo, os 7 filmes, é bem interessante. Mas se for ver apenas como um filme isolado, foge muito do que foi feito até aqui. Vamos ver qual a intenção pros próximos filmes, pois duvido que isso vá acabar tão cedo. E os temas predominantes em todos os filmes, que é a ganância da ciência em trazer os animais para manipularem do jeito que eles quisessem, está bem presente aqui, mostrando o lado negativo, com essas deformidades dos dinossauros. Mas o ponto de partida é pegar umas amostras de sangue dos dinossauros para criar um medicamento pro coração, ou seja, é um grande laboratório com dinossauros no lugar dos ratos.

quinta-feira, 3 de julho de 2025

O primeiro mentiroso (2009)

Esse é um dos melhores filmes de comédia que eu já vi, pois ele vai além de um besteirol cheio de piadas obscenas, mas ele foca em algo realmente engraçado: a sinceridade. E aqui é uma versão da vida na qual a mentira ainda não foi descoberta, ou seja, todo mundo só fala a verdade, independente se isso irá ofender ou traumatizar alguém. Então esse show de sinceridade é realmente muito engraçado. Até que um homem acaba inventando uma situação e todo mundo magicamente trata isso como verdade, assim ele começa a contar mentiras com a intenção de que elas se tornem verdades absolutas, que todo mundo acredita imediatamente sem nem questionar. Por exemplo, ele chega num banco e pede pra sacar um valor que não tem na conta, mas ele diz que tem e a moça do caixa simplesmente acredita e entrega o dinheiro a ele. E assim ele vai mudando tudo ao redor dele, pro bem. Eu acho que esse filme toca num tema muito interessante, que seria o poder da mentira sendo pra uma boa intenção. E também tem uma alfinetada no fanatismo religioso, pois aqui ele acaba criando uma religião, quando inventa a noção de Deus, céu e inferno e até sobre os mandamentos. 

Poderosa Afrodite (1995)

Se eu tivesse assistido esse filme sem saber quem é o Woody Allen e qual é o estilo dele em contar histórias, talvez tivesse achado esse filme bem chato. Mas como eu o conheço bem, entendi a visão dele sobre o assunto e é um dos TOP 10 filmes dele pra mim. O enredo faz uma comparação com uma tragédia grega, onde relações malucas acontecem comprometendo a genealogia. Aqui é o seguinte: um casal adota um menino, mas o marido fica curioso pra saber quem é a mãe biológica da criança, até descobrir que é uma garota de programa. Só que a doideira não acaba aí: ele acaba se envolvendo com a mulher e tem um filho com ela, mas depois ele desiste desse relacionamento e volta pra mulher dele. Só que ele nunca falou pra garota de programa que adotou o filho dela, assim como ela nunca falou pra ele que o filho que ela teve era dele, pois ela também se casou logo depois que ele foi embora. Então essas são as reviravoltas do filme. Mas não é por isso que o filme é bom. A graça está na atriz Mira Sorvino, que é essa prostituta que mesmo falando baixarias consegue ser meiga e sentimental, até um pouco ingênua, que acredito que foi isso que a levou a ganhar o Oscar e outros prêmios por essa atuação. 

terça-feira, 1 de julho de 2025

Um dia de chuva em Nova York (2019)

O grande mérito do Woody Allen está em criar histórias elegantes, com personagens intelectuais que dialogam bastante, transformando o filme em uma experiência única e oposta aos blockbusters de Hollywood. Mas o que é realmente impressionante é o modo que ele consegue transfomar qualquer ator, que geralmente fazem uns filmes até de comédia besteirol, em um espelho do próprio jeito dele, gesticulando e falando muito. E aqui ele faz isso com a Selena Gomez, Elle Fanning e Liev Schreiber. E parece que ele aproveitou a personagem da Scarlet Johansson em Scoop - O grande furo, numa versão mais jovem. E o enredo é sobre um casal que vai pra Nova York, mas a menina acaba se enrolando enquanto entrevistava um cineasta, quando ele começa a desabafar sobre a ex-mulher que tem várias semelhanças com ela. Enquanto isso, o menino acaba se envolvendo em outras confusões também, conhecendo uma garota de programa de luxo que aceita ir numa festa com ele, se passando pela mulher dele, já que a esposa dele está ocupada com a entrevista.

Freaky - No corpo de um assassino (2020)

Esse é o típico filme de troca de corpos, onde uma menina adolescente acaba trocando de corpo com um assassino, quando ele a ataca com uma adaga antiga amaldiçoada. E aí vem a parte interessante: ela, no corpo dele, tenta mostrar pros amigos que ela é ela, enquanto é perseguida pela polícia, ao mesmo tempo em que ele, no corpo dela, acaba indo pra escola no lugar dela e enfrentando a galera que implica com ela. E a troca tem que ser desfeita em 24 horas, pois depois disso fica permanente. O filme poderia facilmente ser uma continuação indireta de Sexta-feira muito louca, em que uma mãe e filha trocam de corpo, inclusive o nome desse em inglês é Freaky Friday, e esse aqui também se chama Freaky e se passa numa sexta-feira. E é difícil saber onde esse tipo de filme de troca de corpos começou, quem foi o pioneiro. E esse filme aqui também é mais um da excelente filmografia do diretor Christopher Landon.