Ontem fui no show do Charlie Brown Jr, que é uma comemoração dos 30 anos da banda (que começou na verdade em 1992), só que com dois integrantes substituindo os dois que faleceram, Chorão e Champignon. Pois é, a banda não acabou quando eles faleceram, e o mais interessante é que tem a participação dois dois guitarristas originais, Marcão e Thiago, além de dois bateristas que tocaram em épocas diferentes da banda, Pinguim e Graveto. Então pra quem conhecia a banda além do Chorão e gostava também dos outros integrantes, teve mais motivos pra curtir o show, no caso eu sou um desses.
Mas antes de continuar, preciso contextualizar como essa banda surgiu na minha vida e a importância dela pra mim, de volta lá em 1997. Nesse ano, eu tinha apenas 10 anos e lembro que na minha escola, Piaget, na Ilha do Governador, a gente no recreio tinha o hábito de conversar sobre músicas e até tinha uma rádio que tocava, além de ter um grande amigo meu que levava o violão dele pra escola e tirava as músicas naquelas revistinhas com as cifras.
Então Charlie Brown, juntamente com os Raimundos, foram duas bandas que serviram como motivo das pessoas se aproximarem uma das outras. Vou fazer um comparativo aqui, quase como acontece quando uma pessoa conhece outra que torce pro mesmo time, aquela identificação imediata por alguém que ama algo que você também ama. Tem um detalhe importante aqui que preciso pontuar: em uma infinidade de músicas o Chorão cantava sobre a cidade dele, Santos, e eu, naquela época, com 10 anos, cantava as músicas mesmo sem saber onde ficava exatamente, mas isso ficou muito marcado. Depois disso, eu também aprendi a tocar violão e me tornei essa pessoa que as pessoas se aproximavam pra ver tocar, tanto na escola, quanto no bairro que eu morava. E Charlie Brown, obviamente depois que o Raimundos perdeu espaço pela saída do vocalista, virando a maior banda do Brasil, era também a banda que eu mais tocava. Em 2002, fui no primeiro show no evento Coca Cola Vibezone, que era turne do cd Bocas ordinárias na época. Depois, ainda fui em mais alguns que eu não me lembro exatamente o ano. Mas em 2010, eu tive a chance de ir num show que juntava o Charlie Brown, mais o Raimundos retomando depois de bastante tempo e ainda com a participação do Tico Santa Cruz, do Detonautas, e de quebra o baterista original do Raimundos tocou essa noite. E esse show foi incrível, enquanto eu ainda morava no Rio de Janeiro. Na semana seguinte a esse show, o Charlie Brown foi no meu bairro e eu também fui, dois shows do mesmo mês. Depois disso tudo, o Chorão morreu em março de 2013, exatamente no mês que eu saí do RJ e mudei pra Bauru, interior de SP.
Agora olha a viagem. De 2013 a 2020 eu fiquei em Bauru, mas em 2021 eu acabei vindo pra Praia Grande, cidade vizinha de Santos. E Santos é onde o Charlie Brown Jr começou, que eu comentei lá no começo. E nesses 4 anos que estou aqui ainda não tinha ido muito pra lá, mas de outubro pra cá eu fui trabalhar lá, no Sesc de Santos, então acabei conhecendo vários lugares que não conhecia, pois o meu serviço é visitando instituições de caridade pra doar alimentos. E aí, voltando pra casa um dia desses, eu vi o cartaz do show, já comprei pra não perder a oportunidade. E aí ontem, durante o show eu não parava de pensar naquele Fred de 10 anos ouvindo e virando fã dessas músicas e agora estava não apenas vendo a banda ao vivo, como estando na cidade onde tudo começou. Obviamente se você me conhece dessa época, você sabe exatamente a importância que foi estar nesse show ontem. E ainda teve a presença da ex mulher do Chorão passando no meio do público, Graziela.
2 comentários:
Claro que sei da importância que esse show teve pra vc, meu amigo!!! Que emocionante que deve ter sido. Tô muito feliz por você!
Sim e esse show do Vivo Rio vc estava lá comigo em 2010 também.
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