Eu lembro quando esse filme saiu em 2007, mas quando eu vi que era mais um enredo mostrando favela e policial e bandido, achei que era um tema que estava ficando cansativo depois de vários filmes com esse assunto, mas agora, assistindo isoladamente, consegui entender a grandeza e a mensagem que ele quis passar. É o contraponto entre diversos estereótipos que estão enraizados na sociedade: o policial que passa uma pressão absurda no dia a dia, enquanto a mulher dele está grávida; o outro policial que resolve fazer faculdade de direito e acaba entrando no dilema de se enturmar com os outros alunos que fazem coisas que ele deveria combater; os bandidos que comandam o tráfico das favelas, que são financiadas justamente pela galera da alta classe, ou seja, acaba criando um ciclo de causa e consequência inevitável. E o final acaba sendo trágico quando o policial que está na faculdade é descoberto pelo maior bandido da favela, quando tem que fazer estágio numa associação dentro da comunidade. O mais triste disse tudo é que esse filme me remeteu a cenários de guerra mesmo, de filmes como O resgate do soldado Ryan, por exemplo, ou enredos de dominação histórica como visto na série Vikings. Chega a ser assustador imaginar que é assim mesmo que as coisas são numa favela. Falo isso mesmo tendo morado durante 26 anos no RJ, é uma realidade que não se enxerga, a não ser pros que moram lá. E o filme usa a mesma estratégia usada em Missão impossível 3: tem uma cena tensa logo no começo, aí dá uma pausa e retrocede no tempo, explica como tudo começou e depois retoma daquela mesma cena onde parou. E também achei interessante como a música do Tihuana acabou virando tema do filme, sendo que ela já era conhecida há muitos anos. Eu gosto da banda e tenho vários CDs, mas tenho certeza que se não fosse pelo filme, hoje seria totalmente esquecida.
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